CUT inicia campanha midiática contra privatizações
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) anunciou que vai apelar à mídia para abrir os olhos dos brasileiros sobre os “malefícios” das privatizações. “Não deixem vender o Brasil” é o slogan da campanha em defesa das estatais. “Nosso objetivo é sensibilizar a sociedade para os problemas que o Brasil enfrentará em cada setor, caso essas empresas sejam privatizadas”, afirmou, em nota divulgada na quarta-feira 24, o Secretário de Comunicação da CUT, Roni Barbosa.
Para isso, o sindicato vai veicular peças publicitárias em emissoras de televisão, como a TVT (vinculada à CUT), o SBT, a Band e e a Globo; e rádio, a exemplo da Band News. A “cruzada antiprivatização” se estende também às redes sociais: Facebook, Instagram, Twitter e Youtube. “A linguagem do material será popular, com toques de humor, retratando situações que levam o povo a refletir sobre a situação. Queremos mostrar indignação”, informa comunicado divulgado no site da entidade.
A campanha da CUT é motivada pelo fato do presidente Jair Bolsonaro encaminhar ao Congresso Nacional o projeto que trata do repasse dos Correios à iniciativa privada. Além disso, outras companhias públicas estão na mira do Ministério da Economia, como a Eletrobras (em estágio avançado) e a Casa da Moeda. No que diz respeito às medidas de desestatização, o governo já vendeu subsidiárias da Petrobras e está se desfazendo de milhares de imóveis que pertencem à União.
O custo da ineficiência
Nos últimos dez anos, 46 empresas públicas consumiram R$ 190 bilhões do seu dinheiro. Quantia essa que poderia ter sido usada para o combate ao coronavírus. São peças que não se encaixam em uma economia de mercado. No Brasil, existem 456 empresas estatais, sendo 198 federais e 258 estaduais, de acordo com o Ministério da Economia. Se levarmos em conta as subsidiárias, o número salta para 698. Em termos de comparação, os Estados Unidos e o Reino Unido possuem 16 estatais, cada um.