Ministros do STF “entregam os pontos” com relação a extradição do jornalista Allan dos Santos
Ordens de prisão e/ou extradição contra jornalistas à Interpol são raras e geralmente partem de países como Irã, China ou Arabia Saudita – todos governos de viés autoritário. Cientes do papelão, fontes ligadas ao STF já começam a vazar que acreditam que o nome do jornalista, Allan dos Santos, não será incluído na lista vermelha da Interpol.
Apesar da decisão do ministro Alexandre de Moraes – à revelia da nossa Constituição – do Supremo Tribunal Federal (STF), de determinar a extradição de Allan dos Santos dos Estados Unidos (EUA), o nome do jornalista não foi incluído na lista vermelha da Interpol.
E, de acordo com o jornalista Guilherme Amado, integrantes da Corte acreditam que os EUA não irão prender Allan e que o nome dele não será incluído na lista.
Os EUA não possuem tipos penais para delitos de opinião. Ou seja, a liberdade de expressão é levada à sério – ao contrário do Brasil onde só existe liberdade de expressão para alguns. Com isso, os crimes apontados por Moraes no seu pedido não têm correspondência no país, o que impede que Allan seja extraditado.
Uma surra moral não apenas para o nosso Supremo que de uns tempos para cá começou a interpretar a nossa Constituição de forma ‘customizada’, uma interpretação para cada caso, réu ou ministro que analise determinado fato jurídico. Mas também para a velha imprensa brasileira que tem aplaudido decisões arbitrárias contra jornalistas e veículos de comunicação.