A economia dos Estados Unidos caiu a uma taxa anualizada de 0,9% no segundo trimestre. Os dados do Produto Interno Bruto (PIB) foram divulgados nesta quinta-feira, 28, pelo Departamento de Comércio dos EUA.
Com isso, o país entra na chamada recessão técnica — quando há dois trimestres consecutivos negativos. De janeiro a março, o PIB contraiu 1,6%.
A economia norte-americano foi pressionada pela alta da inflação no país (que alcançou o maior patamar em 40 anos), pela elevação das taxas de juros e pela contínua pressão sobre as cadeias de suprimento.
Segundo os números, o consumo das famílias, motor do PIB americano, desacelerou e subiu 1%, levemente abaixo das expectativas de mercado (1,2%). Além disso, houve queda nos gastos de governo e no investimento no setor imobiliário, um importante segmento economia.
“A queda no PIB real reflete recuos nos investimentos privados em estoque, em investimentos fixos residenciais, em gastos do governo federal, gastos dos governos estaduais e locais e investimentos fixos não residenciais”, apontou o Escritório de Análise Econômica (BEA, na sigla em inglês).
Recessão técnica
Seguindo os parâmetros internacionais, a economia norte-americana está em recessão técnica. No entanto, os EUA não usam essa definição e, em vez disso, dependem de uma análise de um grupo de pesquisadores, que tem como base uma pesquisa mais ampla para definir um cenário de recessão.
A avaliação oficial é feita pelo Escritório Nacional de Pesquisas Econômicas — que não deve dar o veredito pelos próximos meses. Ainda assim, essa queda consecutiva em dois trimestres é vista como um forte indicativo de recessão pelo mercado.
O ‘otimismo’ de Biden
O presidente Joe Biden afirmou segunda-feira 25 que a economia dos Estados Unidos não sofrerá um revés neste ano. “Penso que não teremos uma recessão”, disse aos jornalistas. Até então, ele acreditava que os números do emprego contribuiriam para uma reversão da contração do PIB registrado no primeiro trimestre do ano.
A secretária do Tesouro, Janet Yellen, também expressou otimismo de que o país vai conseguir evitar uma recessão nos próximos meses.