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Projeto da bancada do PT quer taxar exportação de grãos e carnes do Brasil

Proposta pode desestimular a produção, afirma Frente Parlamentar da Agropecuária.


Foi apresentado na Câmara dos Deputados um projeto da Bancada do PT que prevê a cobrança de imposto sobre exportação de grãos e carnes do Brasil no caso de escassez no mercado interno. A proposta de número 1586/2022 é assinada por representantes do Partido dos Trabalhadores e altera um decreto que trata da adoção de impostos de exportação no país.

Atualmente, o texto diz que cabe ao Poder Executivo definir quais itens serão passíveis de taxação, sem especificar o produto. A nova proposta mantém a atribuição ao Executivo, mas estabelece soja, milho e arroz como itens que podem ser taxados quando os estoques públicos estiverem com volumes abaixo de 10% das previsões do consumo nacional desses produtos. Além disso, o projeto inclui as carnes bovina, suína e de frango em situações de ameaças à regularidade do abastecimento interno.

Segundo o texto, o projeto visa corrigir uma contradição: a abusividade dos volumes de alimentos exportados pelo país em um contexto de situações sistemáticas de volatilidade dos preços e insuficiência do abastecimento interno desses produtos. A proposta ainda destaca que é relevante ampliar a presença do Brasil no mercado global de alimentos. Mas desde que estejam satisfeitas, em primeiro lugar, as demandas por alimentos por parte da população brasileira.

Fotomontagem: Folha de Rondônia/Twenty20

Entidades rurais são contrárias ao projeto da bancada do PT

Em comunicado, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) se manifestou contrária ao projeto, alegando ser equivocada a avaliação de que as exportações do Brasil seriam mais importantes do que o abastecimento no mercado interno. A Sociedade Rural Brasileira (SRB) também informou que é contrária ao projeto apresentado com o objetivo de criar impostos sobre as exportações de grãos e carnes do Brasil.

O texto propõe que o governo possa taxar itens como soja, milho e arroz quando os estoques públicos estiverem com volumes abaixo de 10% das previsões do consumo nacional. Além disso, o projeto inclui as carnes bovina, suína e de frango em situações de ameaças à regularidade do abastecimento interno.

“Sabemos que países que já adotaram este tipo de taxação não obtiveram sucesso, é uma ferramenta ineficaz, que vai contra o livre comércio, a livre iniciativa, conceitos que são a base para um desenvolvimento sustentável do nosso país”, afirmou a presidente da SRB, Teresa Vendramini.

A SRB reitera que o agronegócio tem sido fundamental para o desenvolvimento do Brasil, respondendo por mais de 27% do PIB do país e garantindo emprego e renda para a população mesmo em períodos difíceis como a pandemia da Covid-19 e no atual cenário internacional.

“No caso de produtos citados neste projeto, por exemplo, o Brasil produz muito mais do que o nosso consumo doméstico, portanto, taxar o setor produtivo, que exporta e gera riquezas para o país, traria prejuízos para toda a sociedade”, disse Vendramini.

A SRB espera bom senso dos parlamentares para que este tipo de proposta não avance no Congresso Nacional em relação a um tema tão fundamental para a economia brasileira.


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