Durante sabatina do Jornal Nacional, na quinta-feira 25, Lula garantiu que o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) só “invadiu terras improdutivas”. Antigos registros, contudo, desmentem a declaração.
Em 2009, durante a segunda gestão do petista, o ajuntamento entrou em uma fazenda no interior de São Paulo, intimidou funcionários e destruiu cinco mil pés de laranja. Em 2013, no governo Dilma Rousseff, os radicais acabaram com uma pesquisa da Universidade Federal de Alagoas. Por um ano, cientistas tentavam desenvolver novas variedades de cana-de-açúcar para ajudar o agro.
Dois anos depois, em 2015, os vândalos invadiram uma fábrica da empresa FuturaGene, em Itapetininga, no interior de São Paulo. Os militantes deram fim a milhares de mudas de um eucalipto geneticamente modificado da Suzano.
Invasões do MST caíram sob Bolsonaro
As invasões de propriedades rurais aterrorizaram os brasileiros por décadas. Nos telejornais, os cidadãos se acostumaram a assistir às cenas de militantes com camisetas vermelhas e foices nos punhos ocupando fazendas, chácaras e granjas. Incêndios de plantações e destruições de lavouras se tornaram práticas comuns desses grupos. Mas o cenário agora é outro.
Segundo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), 11 invasões de fazendas foram registradas no país no ano passado. Em 2020, foram apenas seis. No ano anterior, sete. Trata-se dos menores números verificados desde 1995, quando o Incra passou a organizar as estatísticas.
Nos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), os sem-terra invadiram quase 2,5 mil fazendas. A administração de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) registrou cerca de 2 mil invasões. Na era Dilma Rousseff (PT), por sua vez, houve menos de mil crimes dessa natureza. Os números mostram que o atual governo, liderado por Jair Bolsonaro (PL), apresenta um desempenho melhor até mesmo que o verificado na gestão de Michel Temer (MDB), que durou de agosto de 2016 a dezembro de 2018: foram 54 invasões durante o tempo em que o emedebista esteve à frente do Palácio do Planalto, enquanto nos últimos quase quatro anos elas não passaram de 15.