Bolsonaro ironiza linguagem neutra na Argentina: ‘Há desempregue e pobreze’
Para o presidente, 'essas baboseiras' não ajudam na vida do povo.
Na semana passada, o Ministério de Obras Públicas da Argentina oficializou o uso da linguagem inclusiva em documentos oficiais da pasta.
Em um post publicado no Twitter na noite de terça-feira 2, o presidente Jair Bolsonaro disse lamentar “a oficialização do uso de ‘linguagem neutra’ pela Argentina”.
“No que isso ajuda o seu povo? A única mudança provocada é que agora há ‘desabastecimente’, ‘pobreze’ e ‘desempregue’”, escreveu Bolsonaro, referindo-se à crise pela qual passa o país vizinho.
Bolsonaro prosseguiu a postagem, dizendo que isso também acontece no Brasil, onde “a esquerda também parece obcecada em destruir nossos símbolos nacionais”. “Na verdade, essa é apenas mais uma forma de dividir o país, desrespeitando a sua cultura e suas tradições. Respeito se conquista com caráter, com trabalho, com valores, não com essas baboseiras.”
– Lamento a oficialização do uso da “linguagem neutra” pela Argentina. No que isso ajuda o seu povo? A única mudança provocada é que agora há “desabastecimente”, “pobreze” e “desempregue”. Que Deus proteja os nossos irmãos argentinos e os ajude a sair dessa difícil situação.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) August 3, 2022
A linguagem neutra propõe o uso de um gênero neutro para se referir a pessoas que não se identificam como homens ou mulheres. Diversos Estados e municípios brasileiros têm debatido o uso desse tipo de linguagem, e, na maioria dos casos, os parlamentares tentam barrar alteração. Belo Horizonte aprovou a proibição do uso linguagem inclusiva nas escolas.
Em contrapartida, muitas universidades públicas têm usado a linguagem inclusiva. Neste ano, a Universidade de São Paulo (USP), considerada a melhor instituição de ensino superior do país, recebeu os alunos como um cartaz escrito “Bem-vindes” e nas redes sociais se referiu aos ingressantes como “caloures”.