A inflação na Espanha, acumulada nos últimos 12 meses, chegou a quase 11% em julho, segundo os dados apurados pelo Instituto Espanhol de Estatística (INE). É o valor mais alto desde setembro de 1984.
A aceleração de 0,6% no índice (em relação a junho) foi em decorrência dos custos mais altos da eletricidade (41%) e de aumentos significativos nos preços do leite, produtos lácteos, carnes, ovos, pães e cereais.
As estatísticas mostram elevações contínuas nos preços desde o início de 2021. O governo socialista espanhol tem tentado combater os aumentos reduzindo impostos sobre as contas de energia e limitando os efeitos dos preços do gás sobre o custo da eletricidade, além de financiar uma redução de 20 centavos de euro por litro de gasolina.
No entanto, a seca que atinge a Europa provavelmente afetará os produtos agrícolas, o que deve elevar ainda mais os preços dos alimentos nos próximos meses.
Segundo os analistas, o Banco Central Europeu (BCE) respondeu à inflação de forma extremamente tardia, em comparação com outras economias. A taxa de política monetária de curto prazo subiu para 0,5% ao ano, após ter permanecido em 0% desde 2016.
Presidente pede abolição das gravatas para economizar energia
O presidente da Espanha, o socialista Pedro Sánchez, fez um pedido inusitado aos espanhóis no começo de agosto. Preocupado com o consumo de energia no país, ele pediu que as pessoas evitem o uso de gravatas no trabalho.
Durante um evento para fazer um balanço do governo, ele encerrou o discurso dizendo: “Gostaria que vissem que não estou de gravata; isso significa que todos nós também podemos poupar do ponto de vista energético e pedi aos ministros, a todos os funcionários públicos e ao setor privado, se ainda não o fizeram, que, quando não for necessário, não usem gravata, porque dessa forma estaremos também poupando energia, que é tão necessária no nosso país.”
Segundo Sánchez, dessa forma as pessoas usariam menos o ar-condicionado, já que sem a gravata seria possível sentir menos calor.