FGV: queda dos preços dos combustíveis diminui inflação
A redução da pressão inflacionária ocorre em meio à melhora das perspectivas de crescimento econômico.
Calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) registrou queda nos preços pelo segundo mês seguido no Brasil. “Os combustíveis continuam contribuindo para o arrefecimento das pressões inflacionárias no âmbito do produtor e do consumidor”, informa a instituição.
“Com esse resultado, o índice acumula alta de 7,45% no ano e de 8,24% em 12 meses”, informa em nota. “Em setembro de 2021, o índice caíra 0,37% no mês e acumulava elevação de 26,84% em 12 meses.”
O IGP-10 teve queda de 0,90% em setembro e de 0,69% em agosto, de acordo com a FGV. André Braz, coordenador dos Índices de Preços da instituição, citou a influência dos combustíveis nos Índices de Preços ao Consumidor (IPC) e ao Produtor Amplo (IPA) no Brasil.
“No IPA, a taxa de variação do diesel passou de 2,28% para -6,70%, sendo a principal influência negativa”, explicou Braz. “No IPC, a taxa de variação da gasolina caiu menos (de -16,88% para -9,66%), mas manteve-se como maior influência negativa.”
Além disso, A FGV registrou queda nos preços de outros insumos e matérias-primas. A lista inclui minério de ferro (-4,48%), bovinos (-4,10%), soja em grãos (-1,44%), por meio do IPA, e cimento portland comum, através do Índice Nacional de Custos da construção.
Menos inflação e mais crescimento
Esses resultados foram registrados na esteira da melhoria das projeções econômicas feitas pelo Banco Central (BC) e o Ministério da Economia. Assim, os dois órgãos revisaram as expectativas de inflação para baixo e a de crescimento econômico para cima.
No caso do BC, a revisão tem ocorrido há 11 semanas seguidas. E, na mais recente projeção do Ministério da Economia para 2022, a prévia da inflação caiu de 7,2% para 6,4%, e a expectativa de crescimento para o Produto Interno Bruto aumentou de 2% para 2,7%. Paulo Guedes, ministro responsável pela pasta, ainda afirmou que o desempenho econômico pode chegar a 3% neste ano.
“Se não fizer nada daqui até o fim do ano, já cresceu 2,6%”, afirmou Paulo Guedes, referindo-se ao PIB. “Pode chegar a 3%.”