Educação

Ideb 2021: pandemia diminuiu o aprendizado na educação básica

Brasil foi um dos países que deixaram por mais tempo escolas fechadas no mundo.


Durante a pandemia de covid-19, as escolas foram fechadas com a política do “fica em casa”. O resultado foi a queda de aprendizado dos alunos de escolas públicas e privadas em todas as etapas da educação básica, em todos os Estados do país. Os dados são do Índice de Desenvolvimento da Educação Brasileira de 2021 (Ideb), e foram divulgados nesta sexta-feira, 16.

Considerando a rede pública e privada, a maior perda foi em matemática no 5° ano do ensino fundamental, em que a nota na avaliação foi de 227 (2019) para 216 (2021). Os números correspondem aos dados obtidos em 2013, e simbolizam um regresso de quase dez anos. Conforme os resultados, quase 40% dos estudantes chegam ao 5° ano sem conseguir identificar figuras geométricas. Em 2019, eram 30% alunos nesse patamar.

No âmbito da língua portuguesa (5° ano), o impacto do “fique em casa” resultou uma diminuição de 214 (2019) para 208 (2021), uma queda de pouco mais de 6 pontos. A diminuição interrompeu uma tendência de melhoria experimentada desde 2005, início do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).

Foto: Reprodução/Governo Federal

Na rede pública, a queda foi de 12 pontos (de 222 para 210), o que corresponde ao aprendizado de um ano. O Saeb é o principal termômetro da educação do país, sendo aplicado nas escolas a cada dois anos pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais.

O Brasil foi um dos países que deixaram por mais tempo escolas fechadas no mundo. São quase dois anos inteiros sem aulas presenciais. No 9° ano do ensino fundamental, a queda na disciplina de matemática foi menor, com 6 pontos (de 265 para 258), considerando ensino público e privado. Já em língua portuguesa, o cenário foi estável, de 262 (2019) para 260 (2021).

Conforme o Ideb 2021, no ensino médio, a nota de matemática passou de 278 para 271 (diminuição de quase 8 pontos). Em português, a queda foi de quase 4 pontos. De quase 280 (2019) para pouco mais de 275 (2021). Tanto no ensino fundamental quanto no médio, os resultados intensificaram a situação preocupante já identificada nas avaliações anteriores.

Na edição de 2021, houve participação de 70% dos alunos previstos. Um conjunto de 5,3 mil estudantes da educação básica realizou a prova.


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