Caso PCC: Randolfe chama Moro de mau-caráter
Horas depois de a Polícia Federal (PF) encurralar o Primeiro Comando da Capital (PCC) e desarticular um plano que previa o assassinato do senador Sergio Moro (União-PR), o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) usou as redes sociais para chamar o ex-juiz e ex-ministro de “mau-caráter”.
“Moro tinha conhecimento das investigações da PF”, tuitou Randolfe. “Tenta [sic] politizar esse tema é mau-caratismo. A PF, sob o comando do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, atuou de forma republicana para proteger a vida de um opositor que o levou ilegalmente e injustamente à prisão.”
Moro reagiu logo depois. “No dia em que foi descoberto um plano do PCC para me assassinar e matar a minha família, o senador vem me chamar de mau-caráter?”, perguntou o ex-juiz e ex-ministro.
Na mesma publicação, o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio criticou um trecho da declaração de Randolfe. “Senador, o presidente não pode interferir na PF”, observou. “Não existe PF sob comando de Lula. O senhor está acusando o presidente de cometer um crime? Interferir na PF é crime.”
Não é apenas Randolfe que decidiu atacar Moro. A primeira a debochar do senador foi a presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada federal Gleisi Hoffmann. Em publicação no Twitter, a petista disse que o ex-juiz e ex-ministro “alimentou o ódio” da Operação Lava Jato e recebeu uma “aula de civilidade e democracia” de Lula.
O presidente da República foi além e disse que o plano para matar Moro é uma armação do próprio senador.
“Não vou falar, porque acho que é mais uma armação do Moro”, afirmou, durante visita ao Complexo Naval de Itaguaí, na região metropolitana do Rio, onde está a linha de produção do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) da Marinha do Brasil. “Quero ser cauteloso. Vou descobrir o que aconteceu.”
E continuou. “É visível que é uma armação do Moro”, disse. “Não vou ficar atacando ninguém sem ter provas. Acho que é mais uma armação, e, se for mais uma armação, ele vai ficar mais desmascarado ainda. Não sei o que ele vai fazer da vida dele, se continuar mentindo do jeito que está mentindo.”
Leia mais: “Lula e o PCC sonham juntos”, artigo de Augusto Nunes publicado na Edição 157 da Revista Oeste
