MST comemora 17 anos da destruição da Aracruz
Todos os anos o MST comemora o 8 de março, mas não em referência ao Dia Internacional da Mulher, e sim a invasão de uma unidade de pesquisa da Aracruz. O ato deixou um rastro de devastação e eliminou o resultado décadas de trabalho científico.
Assim como hoje, o país era governado por Luiz Inácio Lula da Silva — os militantes sentiam a proteção da impunidade. Assim, os invasores do MST renderam os vigias e invadiram as estufas do horto florestal da Aracruz, em Barra do Ribeiro, Rio Grande do Sul.
Fotos da época publicadas no site dos invasores mostram mulheres armadas com foices destruindo mudas desenvolvidas pela empresa. Em entrevista concedida ao jornal O Globo logo depois da invasão, Isabel Gonçalves, laboratorista responsável pelo local, disse que décadas de trabalho foram destruídas. Na época, o prejuízo financeira foi estimado em US$ 400 mil.
“Nunca imaginei, em 20 anos que trabalho aqui, passar por uma barbárie dessas, um horror desses, essa destruição”, disse Isabel, em 2006. “Estou em férias. É meu trabalho de 20 anos pelo chão. Como pode um negócio destes?”
Ao ver o resultado da invasão, ela ainda disse que as perdas incluíram muitas sementes e material genético para melhoramento. “Foi tudo perdido”, lamentou. “Talvez a gente não recupere nunca mais. É horrível ver tudo isso jogado. Estou em férias, voltei para ver isso, porque o laboratório é como se fosse a minha casa, montei tudo, peça por peça, e agora vejo tudo destruído, é como se parte da minha vida também tivesse destruída.”
Até hoje, o MST procura relacionar a depredação do trabalho científico da Aracruz à defesa do meio ambiente. Contudo, justamente os resultados de pesquisas como aquelas destruídas pelos invasores criam espécimes mais resistentes e adequadas ao manejo em escala, ajudando a preservação ambiental.
Por: Revista Oeste