Bela Gil: ‘Trabalho doméstico sem salário não é amor, é escravidão’
A apresentadora Bela Gil, filha do compositor Gilberto Gil e engajada nas chamadas pautas “progressistas”, disse que uma das maneiras de alcançar a suposta igualdade social, de gênero e de raça é através da remuneração do trabalho doméstico. Ela fez a afirmação em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.
“Um dos caminhos para a gente vislumbrar a igualdade social, de gênero e de raça é através da remuneração do trabalho doméstico e do cuidado, que não é remunerado hoje, porque é ele que sustenta o sistema capitalista”, observou a apresentadora. “Se a gente não estivesse trabalhando de graça, as pessoas não estariam lucrando como estão. As pessoas que trabalham precisam receber, senão isso é escravidão.”
A apresentadora ainda citou uma frase da filósofa feminista italiana Silvia Federici. “O que vocês chamam de amor, chamo de trabalho doméstico não remunerado”, reproduziu a filha de Gil. “Essa é uma grande questão: a construção das mulheres e do feminino dentro dessa sociedade patriarcal foi através da domesticação, para continuar nesse lugar do trabalho e do cuidado por amor — por amor ao marido, às crianças. É tudo por amor. Nossa exaustão, nosso estresse e as nossas doenças são justificados pelo amor.”
A apresentadora chegou a ser nomeada para a equipe de transição de governo, logo depois da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições. Ela comandaria a Secretaria Especial de Alimentação Saudável, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar. Mas recusou a oferta.
“Infelizmente, por uma questão de incompatibilidade de agenda profissional e pessoal, informei ao ministro Paulo Teixeira que não seria possível assumir o cargo neste momento”, disse Bela, ao justificar a recusa. “No entanto, sigo colaborando de forma voluntária como consultora neste início de governo.”
Leia mais: “Bela Gil diz ser sapiossexual”