Política

Lula é criticado por autoridades ucranianas por ‘solução da guerra’


Durante café da manhã com jornalistas organizado, na quinta-feira 5, no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu que uma possível resolução do conflito envolvendo a Rússia e a Ucrânia poderia acontecer caso o governo ucraniano abrisse mão do território da Crimeia, anexado pelo governo de Vladimir Putin em 2014.

A declaração do petista foi noticiada por diversos veículos de mídia nacionais e internacionais. Contudo, autoridades ucranianas têm criticado Lula em suas redes sociais por desrespeitar a soberania da Ucrânia sobre seu próprio território.

Em perfil no Twitter, o diplomata ucraniano aposentado Olexander Scherba indagou se Lula aplicaria o “princípio” a si mesmo caso um território brasileiro tivesse sido anexado.

Scherba também republicou um tweet feito por outra conta que sugere convidar Lula para “viver sob a ocupação russa por uma semana”.

O porta-voz da diplomacia da Ucrânia, Oleg Nikolenko, também falou sobre a declaração em seu perfil no Facebook. “A Ucrânia não comercializa os seus territórios”, disse Nikolenko. De acordo com o porta-voz, qualquer esforço de mediação para a paz na região deve se basear no “respeito pela soberania e na plena restauração da integridade territorial da Ucrânia”.

Além do Facebook, Nikolenko também usou o seu Twitter para se manifestar sobre o tema. “Não há razão legal, política ou moral para que a Ucrânia desista de um centímetro sequer de seu território”, escreveu.

Já Anton Gerashchenko, assessor do ministro de Assuntos Internos da Ucrânia, avaliou que a desistência da Crimeia traria impunidade ao presidente russo, Vladimir Putin. “A Rússia entenderá que está tudo bem seguir em frente. Os ditadores perceberão que só a força é certa, que não há punição”, escreveu.

No dia seguinte ao encontro ocorrido no Palácio do Planalto, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky também se manifestou. Disse que “respeito e ordem retornarão apenas quando a bandeira ucraniana retornar à Crimeia”.


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