Ministério da Saúde vê risco de trombose nas vacinas da AstraZeneca e Janssen e emite recomendação
Em 27 de dezembro de 2022, o Ministério da Saúde publicou uma nota técnica sobre as vacinas da AstraZeneca e Janssen contra a covid-19, depois de identificar riscos de trombose, sobretudo em mulheres. No documento, a pasta deixa de recomendar o imunizante a pessoas com menos de 40 anos.
“Esta coordenação-geral entende ser pertinente atualizar as recomendações de uso das vacinas de vetor viral (Astrazeneca e Janssen), para que, na população abaixo de 40 anos, sejam administradas preferencialmente vacinas contra a covid-19 de plataformas que não sejam de vetor viral”, ressaltou a Saúde.
“Do total de 40 casos prováveis e confirmados de síndrome de trombose com trombocitopenia distribuídos por dose de vacina para covid-19, notificados no e-SUS Notifica Brasil (excluindo-se São Paulo), 34 foram atribuídos à vacina da AstraZeneca”, constatou o texto. Os registros dos incidentes datam entre janeiro de 2021 e 17 de setembro de 2022. A maioria ocorreu duas semanas depois da vacinação.
A nota técnica observa ainda que, após a vacinação em larga escala com a AstraZeneca e a Janssen, vários países europeus (com destaque para Áustria, Dinamarca, Noruega, Alemanha, Reino Unido) e a Austrália relataram casos de tromboses em pessoas que receberam vacinas de vetor viral.
“Em alguns países da União Europeia, o uso da vacina da AstraZeneca foi temporariamente suspenso, como uma medida de precaução, devido a relatos de ocorrência de distúrbios de coagulação em pessoas que receberam a vacina”, lembrou o Ministério da Saúde.
Em nota, a AstraZeneca disse que sua vacina contra a covid-19 “apresenta um perfil de segurança favorável, assim como já declarado pela Organização Mundial da Saúde e outros órgãos internacionais, em que os benefícios da vacinação superam quaisquer riscos potenciais”.
“É importante ver que esta análise, conduzida a partir de um grande banco de dados de registros eletrônicos de saúde, constatou que a mortalidade por todas as causas, incluindo a cardíaca, não aumentou entre os jovens que receberam vacinas contra a covid-19”, disse a empresa, no comunicado.