Nashville: senador quer saber se ataque à escola foi ódio contra cristãos
Aiden Hale, homem trans (nasceu uma mulher biológica) que atacou a Covenant School, escola presbiteriana de Nashville, no fim de março, pode ter sido motivado por crime de ódio contra cristãos.
Isso é o que disse o senador republicano Josh Hawley, que convocou as agências federais para investigarem o tiroteio. Seis pessoas foram mortas por Hale, ex-estudante da instituição. Três crianças estavam entre as vítimas.
Hawley também apresentou uma resolução no Congresso para condenar, formalmente, os assassinatos na escola como “crimes de ódio”. Ele recebeu rapidamente o apoio de outros líderes de seu partido. O parlamentar citou relatórios da polícia segundo os quais o tiroteio foi “direcionado” contra a escola cristã.
“É comum chamar esses horrores de ‘violência sem sentido’, mas, propriamente falando, isso é falso”, observou Hawley. “A polícia relata que o ataque aqui foi direcionado contra os cristãos.” Quase 15% dos crimes de ódio nos Estados Unidos estão ligados à religião, conforme os dados mais recentes do FBI.
O procurador-geral Merrick Garland não confirmou a motivação do crime, mas alegou que o FBI e o Departamento de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos estavam trabalhando com a polícia local para descobrir. “Estamos trabalhando em tempo integral com eles para determinar qual é o motivo”, disse. “E, claro, o motivo é o que determina se é um crime de ódio ou não.”
Já o chefe da polícia de Nashville, John Drake, disse que os agentes acreditam que o “ressentimento” de Hale por ter de frequentar a Covenant School pode ter motivado o tiroteio. Ainda segundo Drake, os investigadores encontraram um manifesto de Hale e “um mapa” de como tudo aconteceria, incluindo pontos de entrada e saída no prédio da escola.
A Covenant School foi fundada em 2001, como um ministério da Covenant Presbyterian Church, que compartilha o mesmo endereço. Um dos motivos para a escola ser criada tem a ver com a dificuldade para os pais da igreja matricularem seus filhos em outras escolas particulares da região.
A polícia recebeu a denúncia do tiroteio às 10h13, segundo Don Aaron, porta-voz do Departamento de Polícia Metropolitana de Nashville. Conforme a rádio NPR, os policiais foram ao 2º andar, viram o assassino atirando, e dois policiais abriram fogo, matando o atirador, às 10h27.
Naquela manhã, antes de tudo acontecer, os alunos haviam se reunido para cantar o hino cristão “Amazing Grace”. E fizeram questão de cumprimentar uma médica missionária que visitava a instituição com “jambo”, que significa “olá”, em suaíli, língua africana falada em Uganda, Quênia, Ruanda, Tanzânia e outros países.
“Foi uma interação tão doce com aquelas crianças”, disse a Dra. Britney Grayson, cirurgiã pediátrica do Quênia. “Tudo estava normal no nosso dia. Correu exatamente como pensávamos — melhor do que o esperado.” Grayson saiu da escola pouco antes do tiroteio.
Aiden Hale tinha 28 anos, e a polícia passou por uma confusão sobre sua identidade de gênero: inicialmente o descreveu como uma mulher biológica e, posteriormente, disse que Hale se identificava como um homem transgênero.
A polícia agora sabe que Hale também planejava realizar mais ataques, inclusive contra um shopping e contra sua própria família: seus pais eram cristãos e discordavam de sua transição de gênero, que era recente.
Há um ano e meio, Hale se apresentou como Audrey, seu nome de batismo, a um vizinho, que conversou com a polícia.
Hale estava sob cuidados, por um distúrbio emocional, e tinha sete armas de fogo, que comprou legalmente, escondidas em casa. Para invadir a escola, ele se armou com três revólveres, incluindo um rifle semiautomático, e chegou a atirar contra a polícia antes de ser morto.