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Papa ‘faz o L’: perseguição ao petista e elogios a Dilma


O papa Francisco sugeriu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi condenado sem provas, apenas com indícios, em referência a uma Justiça que “não é justa”. A declaração de Francisco foi feita ao canal de notícias argentino C5N. A entrevista foi ao ar na quinta-feira 30 e foi gravada antes de o papa ser internado por uma infecção respiratória.

Segundo o pontífice, Lula foi “vítima” de lawfare — termo que se refere ao uso indevido do sistema legal e das leis para fins políticos ou de perseguição pessoal.

De acordo com o papa, o lawfare começa com quem abre caminho, no caso “os meios de comunicação”, que “desqualificam e colocam sobre essa pessoa uma suspeita de delito”.

“Então, se faz todo o sumário, que são esses sumários gigantescos em que não se encontra (o delito), mas para condenar (a essa pessoa) basta o volume do sumário”, acrescentou. “Onde está o delito aqui? Bom, sim, parece que sim. Assim que Lula foi condenado”, sugeriu. O jornalista Gustavo Sylvestre concordou com o papa.

Francisco ainda se referiu à ex-presidente Dilma Rousseff. “Falando ainda do Brasil, o que aconteceu com Dilma Rousseff?”, questionou. O jornalista da TV argentina completou dizendo que “tiraram ela por um ato administrativo menor”.

O papa não poupou elogios à ex-presidente. “Uma mulher de mãos limpas. Excelente mulher”, afirmou. “E com Lula, o colocaram preso, mas não conseguiram.”

O jornalista afirmou ainda que tanto Lula quanto Dilma são “inocentes condenados”. Francisco concordou. “Sim. No Brasil, ocorreu o mesmo com esses dois casos.” Segundo o papa, os políticos têm a missão de desmascarar uma Justiça “que não é justa”.

O papa também revelou que, durante o tempo em que Lula esteve preso, ele se reuniu duas vezes com as comissões que tentavam sua libertação. “Essas reuniões eram conduzidas por Amorim. Uma vez veio o atual presidente da Argentina. Fernández estava nessa reunião”, admitiu.

Leia também: “Dois papas, dois presidentes e duas ideologias”, texto publicado na edição 31 da Revista Oeste


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