Só faltou o boné do MST: aula da FGV demoniza produtor rural
Circula nas redes sociais um vídeo de uma aula na Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (EASPE-FGV). Nela, os estudantes da FGV usam um brinquedo para demonizar o produtor rural. A mensalidade da graduação em Administração de Empresas da FGV custa mais de R$ 6 mil.
Publicado no Instagram há dois dias, a legenda diz: “Usando Lego, como vocês representariam uma pessoa preconceituosa? Era uma das tarefas a fazer pelos alunos da semana de imersão da FGV Compliance e ESG da Latam”.
Nas imagens, é possível ver um homem montando um boneco, cuja “cabeça é fechada”. “Ele não está disposto a abrir a cabeça dele”, diz a pessoa. “Ele tem uma picape e um cachorro bem bravo. Não é só proteção. Ele ataca mesmo.”
A interpelar os demais estudantes da FGV, o homem ouve alguns comentários sobre o produtor rural. “Ele é armamentista e acredita no patriarcado”, afirma uma mulher. “Ele defende os valores tradicionais.”
Depois de receber uma série de críticas de internautas, a página da EASPE-FGV tirou o conteúdo do ar. Usuários da rede social pediram uma manifestação pública a Ligia Maura Costa, uma das coordenadoras da FGV.
Em nota, a Latam esclareceu que “repudia veementemente qualquer tipo de preconceito e reforça que qualquer opinião que contrarie o respeito não reflete os valores e princípios da empresa”.
“A companhia informa que foi surpreendida pelo conteúdo do vídeo e esclarece que a atividade apresentada nas imagens não ocorreu em suas dependências ou contou com o conhecimento ou participação de qualquer de seus profissionais”, acrescentou a Latam.
Procurada, a FGV disse não ter encontrado o porta-voz para comentar. O espaço está aberto.
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