Com 47 medalhas, brasileiros se destacam em Mundial master de remo
Treze clubes representaram o Brasil no Campeonato Mundial master de remo, disputado na cidade de Tshwane (África do Sul). O evento, finalizado no último domingo (24), reuniu 199 agremiações de 42 países. O Minas Brasília foi o destaque entre os brasileiros, terminando a competição com o terceiro melhor desempenho geral, considerando resultados de homens e mulheres, e o segundo no feminino.
No Mundial master, que reúne atletas a partir de 27 anos, somente quem vence as provas é premiado. Ao todo, os brasileiros conquistaram 47 medalhas em Tshwane. Cinco delas tiveram participação de Lília de Oliveira. O resultado teve gostinho especial para a remadora de 44 anos, que competiu no evento pela terceira vez, após também marcar presença nas edições de 2018 (Sarasota-Brandenton, nos Estados Unidos) e 2019 (Lake Velence, na Hungria).
“Nessas outras edições, eu e minha parceira [Luciana Bex] tínhamos batido na trave. Agora vieram as medalhas”, celebrou Lília, que foi premiada nas provas para dois e quatro remadores, tanto nas disputas femininas (com Luciana, Maria Proença e Carmen Amandio) como na mista (junto de Luciana, Célio Amorim e Alexandre Maia).
“O que achei diferente neste Mundial é ter sido na África do Sul. A recepção deles foi muito legal, com alegria. Isso fez diferença no campeonato”, completou a remadora, também presidente da Federação de Remo de Brasília.
Na classificação geral do Mundial, o Minas Brasília ficou atrás apenas dos clubes Victoria Lake (campeão) e Ravens (vice), ambos da África do Sul. O Corinthians, de São Paulo, foi a segunda melhor delegação do país, na oitava posição, enquanto o Grêmio Náutico União (GNU), de Porto Alegre, foi a terceira entre as agremiações brasileiras, na 11ª colocação.
No feminino, o vice-campeonato fez do Minas o clube do Brasil mais bem posicionado. O Corinthians fez a 15ª campanha entre as mulheres, enquanto o GNU foi o 25º. Já no masculino, a melhor equipe brasileira foi o Clube de Regatas Guaíba Porto Alegre (GPA), que ficou em terceiro. O Minas apareceu em décimo. Destaque, ainda, à presença de Odilon Maia Martins, remador mais experiente do mundo, de 94 anos. Ele representou o Clube de Regatas Aldo Luz, de Florianópolis.
“Inclusive, o Brasil foi a terceira maior delegação em número de atletas. Tivemos equipes bem tradicionais. Não houve muito um sentimento de competição entre os clubes brasileiros porque, muitas vezes, não nos encontrávamos na água, mas foi uma surpresa, para nós, o Minas ter alcançado esse resultado extraordinário”, comentou Lília, que também é árbitra de remo e começou no esporte em 2005.
“O remo me trouxe muita coisa boa, como na questão da disciplina, da dedicação, do foco, de coordenar, liderar, principalmente nesse âmbito que é um pouco mais masculino, porque a maior parte dos dirigentes de clubes são homens, os treinadores em Brasília são todos homens. Desenvolvi habilidades e me desafiei. Sem falar na saúde. Sabemos que a prática que exercícios faz bem. [O remo] é um esporte ao ar livre, então tem a parte contemplativa, de ver o dia raiar, [ver] os animais, essa parte que deixa o esporte mais leve”, concluiu.
A próxima edição do Mundial master de remo será em Brandeburgo (Alemanha) entre 11 e 15 de setembro do ano que vem. Em 2025, o evento está marcado para Banyoles (Espanha).