Política

Bolsonaro conversa com a família de petista morto em Foz do Iguaçu (veja o vídeo)

Presidente da República convidou os familiares de Marcelo Arruda para uma visita ao Palácio do Planalto.


O presidente Jair Bolsonaro (PL) conversou, nesta terça-feira, 12, com familiares do guarda municipal Marcelo Arruda, ex-candidato a vice-prefeito de Foz do Iguaçu (PR), morto durante a própria festa de aniversário. O contato estabeleceu-se por meio de uma videoconferência, realizada pelo deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ). O parlamentar esteve na casa de Luiz de Arruda, irmão da vítima, para intermediar a conversa.

O presidente convidou a família de Arruda para ir a Brasília, na quinta-feira 14, a fim de que visitem o Palácio do Planalto e participem de uma entrevista coletiva. “A possível vinda de vocês a Brasília, se concordarem, qual é a ideia? É ter uma coletiva de imprensa, para falar sobre o que aconteceu”, disse o chefe do Executivo, dirigindo-se a Luiz de Arruda. “Até para evitar ataques ao seu irmão. Não é a direita nem a esquerda. Esse cara [que assassinou Marcelo], pelo que tudo leva a crer, é um desequilibrado.”

Bolsonaro salientou que o objetivo da coletiva de imprensa é esclarecer o que ocorreu em Foz do Iguaçu. “Faria isso para vocês terem a imprensa na frente de vocês, com o objetivo de mostrar o que aconteceu”, afirmou. “Apesar de saber que a imprensa dificilmente voltará atrás, porque grande parte dela tem um objetivo, que é desgastar o meu governo.”

Na conversa, Luiz criticou o uso político da morte de Marcelo. “O que não aceitamos é usar meu irmão como pauta de política”, ressaltou. “Não aceitamos isso de forma alguma. Gleisi Hoffmann, presidente do Partido dos Trabalhadores, estava no velório. Ele era de esquerda e estão usando isso.”

Foto: Reprodução

Repúdio

No domingo 10, o presidente afirmou, sem mencionar diretamente o episódio ocorrido em Foz do Iguaçu, que descarta o apoio de “quem pratica violência contra opositores”. O chefe do Executivo disse também que é a esquerda, e não a direita, que está ligada a “um histórico inegável de episódios violentos”.

“Que as autoridades apurem seriamente o ocorrido e tomem todas as providências cabíveis, assim como contra caluniadores, que agem como urubus, para tentar nos prejudicar 24 horas por dia”, declarou Bolsonaro.

O caso

No sábado 9, por volta das 23 horas, um agente penitenciário federal, identificado como Jorge José da Rocha Guaranho, invadiu a festa e disparou contra Marcelo, que comemorava seu aniversário de 50 anos.

Arruda sofreu dois disparos. Mesmo ferido, segundo relatos, ele conseguiu revidar e atingiu um segundo agressor com um tiro na cabeça. O guarda municipal chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.

Vídeos divulgados nas redes sociais mostram o início da discussão que levou à morte de Marcelo. Em um primeiro momento, Guaranho chega ao local da festa e grita em direção ao petista. Na sequência, Marcelo resolve atirar objetos contra o carro do agente penitenciário. Guaranho vai embora, mas volta tempos depois. Ele desce do carro, saca uma arma e dispara duas vezes contra o petista. Mesmo caído, Marcelo consegue reagir e ferir Guaranho. Por fim, um colega do petista chuta pelo menos quatro vezes a cabeça do agente penitenciário.

O guarda municipal era casado e pai de quatro filhos, entre eles, um bebê de 1 mês. Ele era diretor do Sindicato dos Servidores Municipais de Foz do Iguaçu (Sismufi) e tesoureiro do PT na região.

A Polícia Civil está investigando o caso. Uma das primeiras medidas foi requisitar as imagens das câmeras de monitoramento para a diretoria da Recreativa Esportiva Segurança Física Itaipu (Aresf), onde a festa estava ocorrendo. As armas foram encaminhadas para perícia.

O velório de Marcelo foi realizado na manhã de segunda-feira 11, no Ginásio de Esportes Sebastião Flor, em Foz do Iguaçu. O guarda municipal foi sepultado durante a tarde, no Cemitério Municipal Jardim São Paulo.


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