A esquerda quer ‘cancelar’ a música clássica
A esquerda identitária quer “cancelar” a música clássica. Recentemente, a Liga das Orquestras Norte-Americanas (LAO) lançou um guia que incorpora os conceitos de diversidade, equidade e inclusão na programação artística das orquestras. Essa diretriz “propõe estratégias práticas para orquestras que querem diversificar seu repertório apresentado, lançando mão de entrevistas de orquestras com orçamentos de todos os tamanhos”.
Enquanto muitas defendem concertos com maior diversidade e programação mais inclusiva, aquele guia específico se envolve no planejamento artístico. “O problema da publicação é que ela destrói a meritocracia no repertório e coloca um fardo pesado para que as organizações artísticas escolham a diversidade em vez do mérito composicional”, escreve Joshua Nichols, em artigo publicado na Edição 153 da Revista Oeste.
O “Catalyst Guide”, nome oficial do documento, examina filosofias, desafios, fatores para o sucesso e os recursos relacionados à programação que surgiram até o momento na jornada das orquestras, para a equidade dos programas. A linguagem parece inofensiva. Sem dúvida, as orquestras precisam considerar muitos desafios e fatores. No entanto, a postura moral da LAO é clara e um reflexo da esquerda moderna.
Os comentários de Kerrien Suarez no prefácio confirmam isso. “A maior parte do trabalho se concentrou na perspectiva de aumentar a representação por meio de artistas convidados de comunidades historicamente pouco representadas”, escreve. “Essa é uma estratégia ‘de fora para dentro’, que pode ser executada com pouca ou nenhuma mudança nos valores internos, na liderança e nas operações da organização. O ‘Catalyst Guide’ desafia os regentes das orquestras a adotarem práticas de planejamento artístico que promovam transformações de ‘dentro para fora’, indo além da representação que vemos e ouvimos no palco.”
“O que Kerrien está defendendo não é bom para o planejamento artístico das orquestras”, afirma Nichols. “Historicamente falando, orquestras planejavam um pouco de algo antigo com um pouco de algo novo em suas temporadas. Mas, mesmo assim, o que as orquestras planejavam eram as melhores composições do último meio século. Apesar de ser fato que Beethoven era um europeu branco, sua música não é. Sua música simplesmente não pode ser considerada ‘branca’ de modo indistinto, em função das variadas influências de seu compositor: dança italiana, música de Corte barroca alemã, a França rococó e muitos, muitos outros fatores. Sua música sobreviveu simplesmente por ser excelente.”
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Por: Revista Oeste