Mais uma varejista prepara pedido de recuperação judicial
A varejista de farmácias Poupafarma analisa um pedido de recuperação judicial. No final de fevereiro, a companhia entrou com pedido de tutela antecipada preparatória de processo recuperacional na Justiça de São Paulo. O caso transita na 1ª Vara Regional de Competência empresarial e de Conflitos de Arbitragem.
O grupo Investfarma, controlador da empresa, e de outras marcas de drogarias, também é requerente na ação. A crise envolve uma operação com cerca de 80 lojas e R$ 680 milhões em faturamento anual, segundo o jornal Valor Econômico.
Em documentos encaminhados à Justiça, a empresa relatou que a cadeia teve prejuízo de R$ 117 milhões em 2022, que houve dificuldades de obter linhas de crédito no mercado, e sentiu ainda o efeito na alavancagem da alta na taxa de juros.
O grupo informou que o pedido de tutela antecipada de processo de recuperação foi feito para que sejam obtidos os efeitos do stay period pela rede, quando nenhuma cobrança ou constrição pode ser realizada no intervalo de 180 dias — proteção possível no caso de empresas que já estão em recuperação judicial. A solicitação do stay períod foi concedida no fim de fevereiro.
“O grupo está a preparar a documentação necessária ao ajuizamento do pedido recuperacional, objetivando superar sua crise econômico-financeira, de modo a manter suas atividades e a função social das sociedades empresárias e os empregos de seus trabalhadores”, informou na ação.
De acordo a Investfarma, a pandemia afetou a integração de negócios adquiridos, assim como houve impacto da escalada na taxa de juros e de um desequilíbrio na cadeia de fornecimentos do setor.
Após 2021, a pressão dos juros sobre as cadeias de abastecimento e a ruptura de estoques com falta de medicamentos em alguns momentos, “prejudicou de forma desproporcional as operações de pequeno e médio porte”, informou em nota.
Um restabelecimento das dívidas para 2023 também acabou não evoluindo por causa da crise de crédito do varejo “que praticamente exauriu” as perspectivas de refinanciamento, “exigindo uma ação mais drástica de redução de custos e renegociação”.
Por: Revista Oeste