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Ortega acaba de vez com setor privado e reforça totalitarismo na Nicarágua


Daniel Ortega, ditador da Nicarágua, acabou com o setor privado do país. Na terça-feira 7, o Conselho Superior da Empresa Privada (Cosep) junto com suas 18 Câmaras Associadas foram dissolvidos, depois de 32 anos de atuação na região.

O setor privado da Nicarágua se distanciou do governo de Ortega desde 2018, quando seus principais dirigentes repudiaram as violações de direitos humanos cometidas por policiais e paramilitares. Os dirigentes foram presos. Os empresários foram exilados nos Estados Unidos, em fevereiro deste ano.

A ex-presidente da Câmara Nacional de Turismo da Nicarágua Lucy Valenti disse que a decisão de Ortega faz parte do “processo de radicalização e talibanização do regime. A ditadura se sente encurralada e toma medidas desesperadas”.

Em janeiro de 2022, o jornal Divergentes disse que o Cosep estava “pronto para uma negociação” com o governo, para libertar três presos políticos atuantes no sindicato patronal, o que acabou não acontecendo.

A notícia do fim do Conselho preocupou empresários e investidores, que temem os confiscos que o cancelamento da personalidade jurídica das Câmaras pode implicar, como aconteceu com o patrimônio de mais de 3,2 mil ONGs desde 2018.

Segundo o El País, as contas bancárias da Associação Nicaraguense de Distribuidores de Veículos Automotores (Andiva) já foram congeladas, enquanto outros empresários “correm contra o tempo” para resguardar imóveis e patrimônios.


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