Produção de arroz deve cair ao menor nível em 25 anos
A Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) estimou que, no fim da safra de 2023, a produção de arroz no Brasil deve ficar abaixo de 10 milhões de toneladas. Trata-se do menor nível em 25 anos.
Já a produção de feijão deve se manter em patamares parecidos aos das últimas três décadas, com quase 3 milhões de toneladas.
Segundo especialistas, a falta de incentivos ao plantio de arroz e feijão pode trazer riscos para a segurança alimentar e aumentar o preço desses produtos.
De 2019 a 2022, o feijão subiu 20% ao ano, e o arroz teve um aumento anual de 15%.
A expectativa é que a produção de todos os tipos de grão alcance uma alta histórica, com 310 milhões de toneladas.
Esse número é impulsionado pela soja e pelo milho, matérias-primas para a indústria que são negociadas em bolsas de valores internacionais e exportadas como ração para animais, como bois e porcos.
Já o arroz e o feijão, produzidos em boa parte pela agricultura familiar, são voltados a abastecer o mercado brasileiro. Seus preços variam de acordo com o tamanho da produção, da procura e de negociações entre agricultores e indústria.
A queda da produção do arroz e do feijão acompanha a redução da área plantada dessas culturas, estimada em 30% nos últimos 16 anos. No mesmo período, a soja quase dobrou (+86%), ao passo que o milho avançou 66%.
Essa disputa por espaço entre as culturas é apontada como o principal motivo por trás da perda do protagonismo do arroz e do feijão. Outra causa é a diminuição do consumo desses grãos.
Apesar da queda da área plantada, o aumento da produtividade faz com que não esteja faltando arroz nem feijão nos supermercados.