Economia

Americanas apresenta plano de recuperação judicial


A Americanas entregou na segunda-feira 20 seu plano de recuperação judicial à 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. O procedimento faz parte do processo iniciado em 11 de janeiro, depois que a varejista anunciou um rombo contábil de R$ 20 bilhões e admitiu ter R$ 43 bilhões em dívidas com 16,3 mil credores.

Entre as principais medidas para a recuperação financeira, a Americanas informou a venda de ativos, o leilão reverso e a conversão de dívidas em ações, além de um aporte de R$ 10 bilhões, que, segundo o documento, será feito pelos três principais acionistas da empresa: Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira.

Na lista dos ativos a serem vendidos, estão uma aeronave, avaliada em mais de R$ 40 milhões; a unidade de negócios Hortifruti Natural da Terra; e a participação no Grupo Uni.Co, que inclui empresas como a Imaginarium. No plano, aprovado pelo Conselho de Administração, a Americanas informou que espera utilizar até R$ 2 bilhões dos recursos obtidos com a venda de bens para reduzir sua dívida.

A varejista também pretende emitir títulos de dívida, debêntures simples, no valor de até R$ 5,9 bilhões, e fazer a emissão de debêntures conversíveis em ações.

Com a reestruturação, a Americanas pretende pagar credores trabalhistas, microempresas e pequenas empresas em até 30 dias depois da homologação do plano de recuperação judicial. Para os demais credores, como fornecedores e financeiros, os prazos variam de acordo com o saldo a pagar, podendo chegar a março de 2043 para aqueles que não optarem pelas alternativas expostas pelo plano de recuperação judicial.

A empresa disse que o plano segue em discussão e está sujeito a revisões e ajustes. “Temos [um modelo] relativamente complexo, para uma recuperação judicial também complexa. Nós avançamos nas conversas com bancos e, o que pode ocorrer são algumas mudanças no conteúdo, mas não na mecânica, não no formato proposto. Isso deve permanecer”, disse, na segunda-feira, o presidente da Americanas, Leonardo Coelho.

Depois do início da recuperação judicial, a Americanas conseguiu decisões para evitar o vencimento antecipado de dívidas, previsto em contratos, e para deixar de pagar aluguéis e contas de energia vencidas até a data da recuperação judicial.

A recuperação judicial serve para evitar que uma empresa em dificuldade financeira entre em falência e feche as portas. Nesse processo, a companhia endividada consegue um prazo para continuar operando, enquanto negocia com seus credores, sob mediação da Justiça.


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