Janaina Paschoal está de volta à USP
A ex-deputada Janaina Paschoal está de volta às salas de aula na Universidade de São Paulo (USP). Ela voltou às atividades como professora na terça-feira 21, na disciplina “Teoria Geral do Direito Penal I”. A matéria é ensinada aos alunos do terceiro semestre.
No mês passado, membros do Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito da USP, iniciaram uma ofensiva contra Janaina. Os universitários enviaram uma representação à diretoria da universidade e solicitaram o comprovante de vacinação contra a covid-19 da ex-parlamentar. Isso ocorreu antes mesmo de as aulas começarem.
Contudo, o documento não é mais obrigatório no Estado. A medida se deve à sanção da Lei Bruno Graf pelo governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos). O texto apresenta Janaina como uma das coautoras. Instituições como a USP e a Unicamp, por exemplo, já desobrigaram os estudantes de apresentar o comprovante de imunização.
A representação contra a Janaina foi endereçada à Congregação da Faculdade de Direito, instância máxima para a deliberação dos assuntos da instituição. Além do comprovante de vacina, os estudantes solicitam que a ex-deputada seja declarada “persona non grata” por “propagar notícias falsas e combater a política de enfrentamento do coronavírus”.
Ex-diretor da São Francisco, o professor Floriano de Azevedo Marques Neto saiu em defesa de Janaina. Em artigo publicado no site jurídico Conjur, o docente ressaltou a importância da pluralidade de ideias na USP. Isso causou revolta nos membros do Centro Acadêmico XI de Agosto.
“O ex-diretor erra ao se colocar em defesa de quem, caso tivesse ocupado a sua posição, teria feito tudo de forma diferente”, disseram os estudantes de esquerda. “Neste debate sobre o retorno de Janaina Paschoal, a primeira tarefa é demolir o mito da ‘tradição plural das Arcadas’”, observaram os estudantes. “A Faculdade de Direito, portanto, não é marcada pela pluralidade, mas sim [sic] pela exclusão, a começar pelo perfil histórico do seu corpo discente e docente, que foi por séculos e continua composto por [sic] uma classe social com conta-bancária e cor-de-pele [sic] definidas.”