Reino Unido quer se tornar uma superpotência espacial
Hoje, a imagem que frequentemente é veiculada de um país superpotência está associada à capacidade de exploração espacial; este certamente não é o caso do Reino Unido. Apesar do significativo parque industrial, nem todas as nações do chamado Primeiro Mundo são potências tecnológicas, tampouco têm a infraestrutura para a exploração espacial. O Reino Unido — Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte — é um exemplo perfeito de nação desenvolvida desprovida de tecnologia suficiente para a exploração do espaço. O Reino Unido não é uma superpotência, mas tal realidade pode mudar.
Em janeiro, uma multidão reuniu-se no Aeroporto de Newquay, localizado na costa norte da Cornualha, a fim de testemunhar a escrita de mais um capítulo da história da Inglaterra. Trata-se da missão “Star Me Up”, projeto que planeja lançar os primeiros satélites a partir do solo britânico. Os instrumentos de monitoramento serão levados à órbita da Terra por um foguete Virgin Orbit LaunchetOne, lançado na atmosfera por um Boeing 747- 400 modificado especialmente para o projeto.
A missão, no entanto, não obteve êxito, porque o foguete e seus nove pequenos satélites nunca entraram em órbita. Mas a experiência não diminuiu o ânimo daqueles que trabalham na indústria espacial do Reino Unido. Na Escócia, há duas instalações preparando lançamentos para o fim deste ano, e há também quatro centros de lançamentos espaciais em construção no país. Apesar de todo o esforço dos cientistas e engenheiros do Reino Unido, a empresa Virgin Orbit — essencial para a logística dos projetos — planeja dispensar funcionários, em função de uma reestruturação interna.
O Reino Unido, apesar de tudo, ensaia com entusiasmo o seu ingresso no competitivo mercado das empresas espaciais. Mesmo com as questões em torno da sustentabilidade ambiental e do lixo espacial ameaçando o andamento dos projetos.