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Ex-presidente do Equador ataca pautas identitárias


A nova ênfase da esquerda latino-americana em temas morais e identitários tem sido alvo de críticas pelo ex-presidente do Equador Rafael Correa. Para ele, esses temas geram divisões e desviam o foco do que é fundamental, a discussão sobre pobreza e desigualdade.

Correa criticou o tema durante sua passagem por São Paulo, em declaração ao jornal Folha de S.Paulo, publicada nesta segunda-feira, 3.

“Nem sequer resolvemos os problemas do século 18, as grandes contradições, a pobreza generalizada, a desigualdade, a exploração”, criticou o esquerdista. “E nos metemos a tentar resolver e ser vanguarda do mundo de problemas de última geração. Alguns estão na fronteira da questão moral, são polêmicos.”

Embora seja de esquerda, Correa admite ser contrário ao aborto, casamento entre pessoas do mesmo sexo e ideologia de gênero. Para ele, se ser progressista é assinar um “checklist“. Ele não se considera um progressista.

Ligado ao Foro de São Paulo, Correa também chamou o atual presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, de “um dos mais brilhantes estadistas da história da América Latina”, mas disse que o petista tem um “caminho muito tortuoso” pela frente.

Rafael Correa foi presidente do Equador por dois mandatos, de 2007 a 2017. Ele veio ao Brasil a convite do Psol e de movimentos sociais. Atualmente, vive na Bélgica, país de sua esposa. Ele tem uma condenação por corrupção em seu país de origem, à qual atribui ser perseguição política.


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