Militares de Burkina Fasso expulsam imprensa francesa do país
A Junta Militar que comanda Burkina Fasso, país da África Ocidental, expulsou correspondentes de dois grandes jornais franceses.
Os militares argumentaram que os jornais Le Monde e o Libération publicaram “manipulações disfarçadas de jornalismo”.
As duas jornalistas que atuavam no país foram convocadas pelas autoridades na sexta-feira 31 e receberam 24 horas para deixar o país. Elas desembarcaram em Paris, capital da França, no domingo 2.
O Le Monde classificou a atitude do governo como “arbitrária”. O Libération informou que as expulsões são “absolutamente injustificadas” e sugeriu que estavam ligadas a uma investigação publicada pelo jornal, sobre a execução de crianças e adolescentes.
O porta-voz da Junta Militar de Burkina, Jean-Emmanuel Ouedraogo, escreveu, após a publicação do artigo, que “o governo condena veementemente essas manipulações disfarçadas de jornalismo para manchar a imagem do país”.
O governo também suspendeu todas as transmissões do canal de notícias France 24, a principal emissora internacional da França. Isso aconteceu em 27 de março, depois que foi ao ar uma entrevista com o principal líder da Al Qaeda no norte da África.
A justificativa foi que o conteúdo é “parte de um processo de legitimação da mensagem terrorista, e sabemos os efeitos dessa mensagem neste país”. O canal de notícias rebateu: “A crise de segurança que o país atravessa não deve ser um pretexto para amordaçar a mídia”.