Política

Adrilles: ‘Trump e Bolsonaro, a prostituição da verdade’


Bem se sabe que a prostituição é a profissão mais antiga da História. A de político talvez seja a segunda. A moça que cede e vende seus serviços sócio-afetivos ao preço do desejo humano de poder sexual se parece em alguma medida a da pessoa que vende sonhos lúbricos de melhoria de vida e ascensão social do povo que escolhe seus líderes. Tudo é sexo, já dizia Freud. E sexo, em nível físico ou social pressupõe dominação, poder, sedução, opressão e engodo.

A ópera-bufa dos poderes opressivos que mesclam prostituição e política afetam a realidade brasileira e americana com estranhas semelhanças. Dois políticos parecidos conquistaram o poder nos dois países, rompendo o hímen da barreira do politicamente correto, uma espécie de prostituição da linguagem à hipocrisia da virtude encenada. Por este pecado, pagaram o preço. O establishment moralista do politicamente correto os crucificou e derrotou — e agora os quer eliminar da vida pública.

Bolsonaro é hoje quase tornado inelegível porque contestou instituições, regras e pessoas dentro das instituições. Trump quase preso porque teria comprado o silêncio de uma atriz pornô — pano de fundo pra abafar o escândalo de um homem anti-establishment que abalou as instituições .

Ora, a democracia pressupõe a liberdade de se contestar as instituições e a si mesma. Só em ditaduras não se permite que se conteste ou se critique o que quer que seja. Bolsonaro foi e é um homem rude, meio tosco, mas sua rudeza e seu espírito politicamente incorreto traduzem o que se chama de “liberdade de expressão”. À sua “tosquice”, responderam com as acusações também “rudes“, para dizer o mínimo, de genocida, racista, machista, fascista, vitupérios que o presidente nunca proibiu. Como dizia o emérito juiz Alexandre de Moraes, a liberdade de expressão, sobretudo a liberdade de expressão de quem ocupa cargo público, está aí pra sobrar: o desaforo , a opinião esdrúxula, leviana, equivocada, estão aí para provar e sedimentar a liberdade de expressão. Todas as opiniões são válidas. Se alguém se sentir caluniado, injuriado, difamado, temos aí o Código Penal que prevê punição para todos estes crimes. Mas o TSE proíbe que haja qualquer dúvida mínima sobre o processo eleitoral e censura e mete no limbo todo aquele que contestar a lisura de quem ocupa a instituição da Justiça Eleitoral brasileira e quer — ao que tudo indica — punir a verborragia insultuosa de Bolsonaro, que contesta — democraticamente — tudo e todos e é contestado por tudo e todos. Mas os todos que contestam Bolsonaro querem eliminá-lo da política nacional. Pergunto candidamente: não seria uma prostituiçã do princípio democrático eliminar alguém por cometer uma opinião desagradável? Não seria de fato um ato antidemocrático eliminar um político por uma crítica às instituições?

Assim também se prostitui parte da Justiça aparelhada por um “pseudoprogressismo” para trucidar Trump. Uma denúncia frágil, esdrúxula, de que o ex-presidente teria comprado o silêncio de uma atriz pornô por supostas relações sexuais entre ambos, uma besteira íntima vinda a público. Nada silenciosamente, um procurador financiado pelo ultra progressista George Soros indiciou Trump pelo suposto “crime “. Pergunto candidamente novamente: não seria uma prostituição da Justiça, pilar da democracia, comprar a opinião de um juiz pra eliminar um político divergente, apenas porque as opiniões deste político agridem a sensibilidade “pseudoprogressista”?

Justiça seja feita, os Estados Unidos sempre tiveram um respeito maior ao império das leis muito maior que o Brasil e outros países da América Latina. Tiveram. Tinham , até então. Este negócio de buscar uma questiúncula jurídica pra poder sacrificar um ex-presidente que não é querido pelo establishment é um precedente grave de perseguição política e um tiro de canhão na Justiça americana. Se a mídia ou a Justiça fizerem biquinho pra algum político, qualquer questiúncula jurídica livremente interpretada por algum juiz autoritário ativista financiado ou aplaudido por  movimentos ideológicos será anulado.

Alguma coincidência com o Brasil será meramente casual, claro…


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