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Dalai Lama acobertou abusos sexuais de mestres budistas, indica investigação


Depois que o vídeo em que Dalai Lama pediu para um menino chupar sua língua viralizou, o principal líder do budismo tibetano pediu desculpas pela “brincadeira”. Mas essa não é a primeira vez que o religioso se envolve num escândalo de abuso sexual.

Em setembro de 2018, na Holanda, Dalai Lama admitiu que sabia de abusos cometidos por mestres budistas desde 1990. A declaração veio em resposta a uma petição de 12 pessoas, que alegaram ter sido vítimas de abuso sexual, segundo o portal Terra. Muitos dos estudantes abusados eram menores de idade.

“Eu já sabia dessas coisas, não tem nada novo”, disse o líder religioso à televisão pública holandesa NOS. Além disso, ele também encorajou as vítimas a denunciarem seus agressores.

Em 2022, na França, os jornalistas franceses Élodie Emery e Wandrille Lanos ouviram 32 discípulos, que disseram ter sofrido algum tipo de abuso de seus mestres budistas tibetanos. A investigação dos jornalistas resultou no livro Budismo, A Lei do Silêncio. A obra narra a história de crianças que foram retiradas de seus pais e que foram vítimas de violência dos mestres budistas.

Há relatos de que meninas foram forçadas a se tornar parceiras sexuais de seus próprios mestres. A investigação dos jornalistas indica que Dalai Lama foi omisso nos casos de assédio e violência sexual. 

Segundo uma reportagem da revista Veja, ao menos 13 monges estariam envolvidos. “Os autores frisam ainda os ‘40 anos de silêncio’ de Dalai Lama, que já havia sido alertado do comportamento abusivo de seus mestres em 1993, durante encontro com outros membros europeus e norte-americanos”, relatou a publicação brasileira.

Dalai Lama não é o nome do líder budista, e sim o seu título. Aquele que é escolhido como Dalai Lama é considerado a reencarnação de Buda na Terra. Anteriormente, os escolhidos para a função também atuavam como chefe oficial do governo do Tibete, que era um Estado teocrático.

O atual Dalai Lama é o 14º na função e se chama Tenzin Gyatso. Ele tem 87 anos e foi escolhido para o posto em 1937, quando tinha apenas 2 anos de idade. Em 1989, ele recebeu o Prêmio Nobel da Paz, por sua campanha pacífica contra o domínio chinês no Tibete.


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